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Página inicial - Peixe-olhos-de-barril
2011-01-02 18:10
Pesquisadores do MBARI (Monterrey Bay Aquarium Research Institute) realizaram uma expedição submarina e conseguiram observar, a 600 metros de profundidade e entre os seres das profundezas observados estava o peixe Macropinna microstoma; uma espécie abissal (que vive em águas profundas) e que possui peculiares olhos tubulares.
O Macropinna microstoma já é conhecido desde o final da década de 30, e peixes com olhos tubulares não são uma novidade para a ciência, existindo outras espécies conhecidas com essa características, pertencentes a familia Opisthoproctidae, mas a nova pesquisa resolveu um mistério que durava anos.
Os únicos Macropinna vistos eram exemplares que ficaram presos em redes de pesca, e todos tiveram a membrana que cobria seus olhos colapsada durante a captura. O MBARI fez os primeiros registros de um exemplar da espécie vivo e foi possível observar que a membrana forma um escudo transparente em torno dos olhos, sendo preenchida com liquido gelatinoso.
E outra novidade foi quanto aos olhos. Olhos tubulares são ótimos para captar luz sem aumentar muito o tamanho do órgão. Adaptação ideal para um ambiente como aquele, onde chega pouca luz solar. Com eles, é possível enxergar muito bem as silhuetas dos outros animais marinhos. Olhando para a foto, pode pensar que os olhos são os dois circulos acima da boca, mas as duas estruturas circulares são as narinas, os olhos são as estruturas verdes dentro da membrana transparente. E como os olhos deste peixe são voltados para cima, permitem que ele se aproxime furtivamente de sua presa por baixo, porém não seria possível ver o que está a sua frente e nem o que se está comendo, tendo um campo de visão muito limitado.
Entretanto, os pesquisadores observaram que o Macroppina microstoma pode girar os olhos para a frente, tudo foi registado por câmeras no fundo do oceano e depois em indivíduos capturados vivos e mantidos num aquário a bordo de um navio.
Os peixe-olhos-de-barril, assim, conseguem localizar suas presas em todas as direções. A sua principal fonte de alimento são as águas-vivas, abundantes neste habitat, onde o pigmento verde dos olhos ajudam a detectar a bioluminescencia desses animais em meio a escuridão oceanica. Um dos tipos mais comuns são os sifonóforos, hidrozoários coloniais que formam uma rede com mais de 10 metros para capturar pequenos animais usando seus tentáculos urticantes. O M. microstoma conseguiria roubar os seres presos nas redes, usando uma grande barbatana lateral para manobrar com precisão por entre os filamentos urticantes e a cúpula revestida de líquido, protegeria os deus delicados orgãos oculares. No estômago dos peixes capturados haviam pedaços desses animais.
Descobertas como esta, mostram como a biologia ainda guarda grandes surpresas.
Adaptado de http://evolucaobiologia.blogspot.com/2009/04/peixe-olhos-de-barril.html
Beatriz Nina
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